sábado, 19 de setembro de 2009

A viuvinha

"Depois, com as mãos entrelaçadas, iam ambos sentar-se a um canto do jardim, onde a sombra era mais espessa, e aí conversavam baixinho um tempo esquecidos; ouvia-se apenas o doce murmúrio das vozes, interrompidas por esses momentos de silêncio em que a alma emudece, por não achar no vocábulo humano outra linguagem que melhor a exprima.
A rulhar destes dois corações virgens durava até oito horas da noite, quando uma senhora de certa idade chegava a uma das janelas da casa, já tão iluminada, e, debruçando-se um pouco, dizia com a voz doce e afável:
- Olha o sereno, Carolina!"

(A viuvinha, José de Alencar)

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