domingo, 21 de março de 2010

odassaP

Hoje, 22 de fevereiro de um ano qualquer, estou eu aqui, sentada na velha cadeira da varanda com o "Desassossego" nas mãos, perfurando as células imagéticas, como a chuva a terra fofa, dos meus vinte e tantos anos.

Vinte e tantos anos e um álbum de registros ainda tão insignificantes para alguns e quase inalcançável para os que acabam de nascer. Expressividade incontrolada, personalidade duvidosa. Vinte e tantos anos de felicidade com o pouco e infelicidade por quase nada. Muitos erros, inperceptíveis acertos. Vinte e tantos anos que se acabam com essa dor que se alastra e percorre as artérias de minha existência, rompendo-as com a insenção fria e irredutível.

Ah, se eu tivesse uma nova chance para viver! Certamente veria o mundo com outros olhos e saberia dar mais valor as coisas que passa sem o mundo perceber: minha mãe seria o ser mais precioso da terra com quem manteria uma relação sem conflitos; teria mais tempo para os amigos, o que não me permitiria ter dúvidas se ainda os tenho hoje; passaria mais tempo a observar o mar, o cantar dos pássaros, um belo dia de sol ou a chuva a brotar a terra, um sorriso de uma criança; o alguém especial que hoje compõe minha vida ganharia destaque e o amor palpitaria sem fim ou dúvidas; Deus...

Pena que a vida não volta atrás, mas suas cicatrizes permanecem presentes em cada segundo do futuro, sempre rodeadas por abrutes que esperam ansiosos uma reabertura das feridas.

Intricado recomeço!...