terça-feira, 29 de setembro de 2009

Alorna


Retratar a tristeza em vão procura
Quem na vida um só pesar não sente,
Porque sempre vestígios de contente
Hão de apar'cer por baixo da pintura;


Porém eu, infeliz, que a desventura
O mínimo prazer me não consente,
Em dizendo o que sinto, a mim somente
Parece que compete esta figura.


Sinto o bárbaro efeito das mudanças,
Dos pesares o mais cruel pesar,
Sinto que perdi tristes lembranças;


Condenam-me a chorar e a não chorar,
Sinto a perda total das esperanças,
E sinto-me morrer sem acabar.

(Marquesa de Alorna)

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Agora é tarde

O que procuras? Já não te disse que meu coração já não mais te pertence. Em meu peito bate agora um amor veloz, dilacerador, que arrebata os sentidos.
Palavras? Tuas palavras não fazem mais sentido. Acaso elas carregariam tuas atitudes não tomadas? Agora é tarde... não se pode voltar atrás do leite derramado, não há como resgatar-me, como te disse meu coração pertence a outro. Outro esse que me deu atenção, não me encheu apenas com palavras doces, mas executou cada uma das tais. Sinto muito, um dia te desejei demais, te quis demais, não via outro se não você. Agora é tarde!!!
Ah, como seria bom se voltasse a sentir por você todo ardor que um dia senti. Sentir minha pele arrepiar ao estar em teus braços, sorrir com tua chegada... queimar de amores por ti, te desejando desesperadamente. Agora não! Agora é tarde!