O silêncio por longos dias pairaram...
Nunca fiquei tão emudecida, inquieta e tive medo de que fosse percebido. Os seus olhos em verdade nada me diziam, ficaram silenciosos, mas gritavam palavras atropeladas que não pude compreender ao certo. Ou não quis compreender para que a minha dor não se tornasse mais presente. Afinal, poderiam arrancar metade de mim, mas eu não seria capaz de tocar um dedo se quer em seu corpo pálido, tinha receios de quebrar-lhe.
Fugi. Vergonha de fitar-me novamente. Pois, o que mais odiava era a idéia de não poder me distanciar, que o coração vacilasse e o peso das circunstâncias não fossem mais medidos. Depois de ler alguns capítulos de Balzac, levantei-me e parei, mecanicamente, alguns segundos na frente do espelho. Imaginei se Eugenia teria também aqueles traços exaustos. Espalhei os cabelos deixando-os caírem sobre os olhos, fiz uma careta, sorri, e nunca quis tanto sentir-me feia. Feia apenas o bastante para não ser percebida, como sempre desejei.
Talvez o dinheiro desta tenha sido realmente cobiçado por tantos admiradores. Mas, e eu? O que eu tinha? O que tenho que por mais que eu tente esconder, teima em ser, minuciosamente, declarado? Ainda estava parada ali, com os cabelos emaranhados e recordei-me do seu sorriso torto que eram frequentes, agora. Senti que a sua presença fazia-me bem, na verdade sempre soube. Como jamais havia sentido, como jamais quis sentir. Por que as mexas sempre teimavam em cobrir os meus olhos como se quisessem escondê-los?
Senti um leve calor em minha nuca, um elogio aos traços delicados refletidos no espelho e um convite. Por alguns minutos esqueci-me dos meus próprios pensamentos até o sono e o cansaço me tocar. Talvez em alguns momentos ao cruzar a sua porta, com a alegria de um pequeno sorriso em seus braços, ele não se esquecera dos seus também. Seriam os únicos momentos em que estaríamos felizes de verdade? Senti medo, por mim. Mas, estava feliz por ele. E talvez me suicidasse para que ele permanecesse assim.
Nunca fiquei tão emudecida, inquieta e tive medo de que fosse percebido. Os seus olhos em verdade nada me diziam, ficaram silenciosos, mas gritavam palavras atropeladas que não pude compreender ao certo. Ou não quis compreender para que a minha dor não se tornasse mais presente. Afinal, poderiam arrancar metade de mim, mas eu não seria capaz de tocar um dedo se quer em seu corpo pálido, tinha receios de quebrar-lhe.
Fugi. Vergonha de fitar-me novamente. Pois, o que mais odiava era a idéia de não poder me distanciar, que o coração vacilasse e o peso das circunstâncias não fossem mais medidos. Depois de ler alguns capítulos de Balzac, levantei-me e parei, mecanicamente, alguns segundos na frente do espelho. Imaginei se Eugenia teria também aqueles traços exaustos. Espalhei os cabelos deixando-os caírem sobre os olhos, fiz uma careta, sorri, e nunca quis tanto sentir-me feia. Feia apenas o bastante para não ser percebida, como sempre desejei.
Talvez o dinheiro desta tenha sido realmente cobiçado por tantos admiradores. Mas, e eu? O que eu tinha? O que tenho que por mais que eu tente esconder, teima em ser, minuciosamente, declarado? Ainda estava parada ali, com os cabelos emaranhados e recordei-me do seu sorriso torto que eram frequentes, agora. Senti que a sua presença fazia-me bem, na verdade sempre soube. Como jamais havia sentido, como jamais quis sentir. Por que as mexas sempre teimavam em cobrir os meus olhos como se quisessem escondê-los?
Senti um leve calor em minha nuca, um elogio aos traços delicados refletidos no espelho e um convite. Por alguns minutos esqueci-me dos meus próprios pensamentos até o sono e o cansaço me tocar. Talvez em alguns momentos ao cruzar a sua porta, com a alegria de um pequeno sorriso em seus braços, ele não se esquecera dos seus também. Seriam os únicos momentos em que estaríamos felizes de verdade? Senti medo, por mim. Mas, estava feliz por ele. E talvez me suicidasse para que ele permanecesse assim.